04 fevereiro 2014

O Outro

Ela sempre teve os homens aos pés dela...
... E sempre escolheu quem era merecedor de sua atenção. E dessa vez foi surpreendida… O namorado já era caso antigo. Ficaram um tempo separados, e ela só aguardando o momento propício de tê-lo novamente em seus braços. Daquela vez ele soube como encanta-la, e por isso a conquistou. Eles se davam bem, combinavam. Eles faziam um amor doce, suave, carinhoso. Ela tinha vontade de dormir abraçada, de sonhar acordada, passear de mão dada numa tarde ensolarada na praia. Mas no tempo que ficaram separados foi que o outro apareceu. Ela tava numa boate, numa boa. O cara chegou levantando o cabelo dela, beijando a nuca, prensando ela na parede. Ela disse que não, mas gostou. A mão dele foi subindo safada levantando o vestido, mostrando a coxa, procurando a calcinha. Mão esperta, conhecia o caminho! A outra já tava nos seios dela, massageando, ligando ela, deixando no ponto, molhadinha. Se ele tivesse dito a palavra certa, tinha levado o prêmio. Mas ele errou no elogio, e ela virou para trás. Parou tudo, mas tarde demais: a calcinha já tava na mão dele. Ela sorriu e largou ele lá, com uma promessa que ia voltar. Nunca mais voltou e até deixou de frequentar o clube. Dia desses, eles se esbarram sem querer. Ele cresceu os olhos nela, e ela notou a secada.

- Você ainda lembra de mim?
- Claro, como esquecer se você ainda tem algo que me pertence? – ela sorriu.

Numa conversa com a amiga ela descobriu. “O cara manda bem, vou confessar, é o melhor que eu já catei”. E ela lá, carência total, abandonada pelo namorado ocupado. Não pensou duas vezes, vou atrás do rapaz. Fez de tudo, foi em bares, clubes, deixou um sinal, descobriu o endereço e foi atrás. E como ela não podia prever, foi repudiada. Ele feriu ela no ponto fraco: orgulho. E isso a motivou ainda mais. Agora era questão de honra, ia ficar com o rapaz. Deixou o namorado de lado, nem ligava mais pro sumiço dele, agora ela tinha uma meta: o outro. E numa tarde de domingo, ela foi lá. Bateu na porta…
 
- Por que eu ainda te procuro?
- Não sei, me diga você.

E ele fazendo jogo duro, imaginando ela nua, mas sem dar o braço a torcer. Foi quando ela percebeu que novamente ela dominava a situação, agora era ela quem mandava. Tirou o vestido na frente dele e o celular tocou.

- Alô, amor. Eu vou ficar ocupado essa tarde também. Que vc está fazendo?
- Vou tirar a tarde para mim…
(*olhos gulosos para o outro.)