23 agosto 2012

No Dele


O outro lado da história se passa dentro de um coração pequeno que não sabe como pode portar, conter, carregar TANTO E TANTO AMOR. O outro lado da moeda, não é de valor é o lado que cai sempre para baixo. O que não revela ganhos, a parte que transborda, funde, sabe o peso que tem abrir mão, soltar, quebrar as correntes. O outro lado que vc não consegue ver ou entender de mim/sobre mim resumisse em...


- Dr, o que houve? 
 (uma pausa) 
- É sério, é muito sério!
- Como assim é muito sério? 
Por favor me explique, meu coração esta quase parando... 
(o Dr. a segura pela mão)
- O dele também! 
 (os olhos dela congelam, tudo passa como um raio em sua mente)
- Qual a opção Dr...? (ela não contém o choro) ... qual me diga!
- Transplante! 
 (sem perder tempo... nenhum, ela corre até o quarto, beija as pálpebras dele)
- É por vc... por nós! Te encontrarei em breve!
(ela sobe no parapeito e sem pensar um minuto sequer, se atira)
Alguns minutos depois dá entrada o coração esperado...
... e no peito dele (O DELA).
                                                                     Por. Bell.B

18 agosto 2012

Agosto (Colcha de Retalhos)

Era Agosto (como hoje), os dias já não eram tão frios, mas de noite, o vento ainda entrava atrevido, fazendo-me tremer os lábios. Não me lembro com exatidão o dia, mas neste mês, somam-se 7 anos, desde a primeira noite em que Ele entrou em minha vida. E chegou com(o) o vento. Provocando novas sensações, misturando todos os meus sentimentos.

No começo, tudo era brincadeira. Falavam de suas vidas um para o outro, conversavam por horas. Riam das bobagens do dia a dia, apoiavam-se um no outro, quando a "maré subia". Seguravam-se um no outro, quando sentiam os pés sair do chão. Os dias se passaram e viraram meses, os meses passaram e se tornaram anos. Naturalmente a intimidade foi aumentando. Passaram a ser "confidentes, parceiros, cúmplices, dependentes um do outro". Existia entre eles, uma necessidade absurda de se ler/ouvir/ver. Careciam do compartilhar, do somar, do dividir. E era incrível a capacidade que tinham/tem de detectar as emoções um do outro na falta de um caracteres, na escolha de uma simples canção, na intonação da voz ao atender uma ligação. Tudo aponta(va), diz(ia), mostra(va) o que entre eles acontecia, sem na maioria das vezes "precisarem dizer...nada".

Ela muita segura de si e do que sentia, de tudo que era e tinha na vida, decidiu que era hora da brincadeira mudar. Ele por sua vez, já conhecia e sabia, aonde ela o queria levar. Ele explicou a ela sobre os contras daquela "terramas isso não a fez de ideia mudar. Dois anos ali se passaram, pra saberem, que não daria mais pra continuar. Ela tinha descoberto novos sabores, tinha ampliado seus horizontes, viu em si mesma, uma capacidade absurda de "controlar". Sentiu-se tão maior do que era, tão mais poderosa do que já sabia ser. Que não notou que sua grandeza, era tão maior, quanto sua capacidade de "se ver" (não via, não olhava para si... estava insuportável). Já Ele... Ele não queria provar nada, não queria ser nada, não tinha sequer a pretensão de mudar. Gostava de ser quem era, sabia quem era. O que ele não sabia, é que ao concordar em ir com ela pra lá, a veria confundir as emoções, se perder em ilusões, se afastar dele sem pensar em suas razões.

Por muitas vezes ela lhe deu as costas, por várias vezes ela o ignorou. Muitos foram os momentos em que ela o magoou, o feriu. Ele não desistiu, perseverou. Mas Ela era arrogante, egoísta e prepotente demais. Achava sempre, que os seus "porque's" eram fundamentais, e embora jurasse não querer lhe fazer mal, sem querer, sabia que a cada nova escolha pessoal que fazia pra si, o fazia sofrer. Contudo, o amava, fora ele quem lhe mostrara, que muito em sua vida faltava. Só que era orgulhosa demais para admitir, que precisava tanto dele pra ser feliz. Tinha que ser feliz por si só, tinha que ser maior porque sentia a obrigação de ser. De ser feliz por conta própria, de ser querida, desejada, cobiçada. De ter todos aos seus pés, de poder escolher. E ela era desejada, e ela era cobiçada, e todos a queriam/querem. E ela fez a sua escolha, e ele cansado de lutar, de seguir, parou... E quando ele cansou, ela assumiu a sua escolha. E sem saber, fez a escolha errada. Muito tempo passou, ele seguiu sua vida, ela a dela. Cada um do seu jeito. Mas sempre que paravam, sempre que a solidão batia, sempre que tocava uma canção, que um casal trocava olhares na televisão, ou quando uma onda arrebentava na orla... era nele que ela pensava, era ela que ele via. Continuaram por muito tempo sem se falarem, sem se olharem, sem saberem um do outro. Ao menos "diretamente"... Quando ela se decidiu, ele desta vez não relutou e seguiu. Mas a decisão dela não fora tão segura, quanto a propriedade que passou a ele. No fundo ele sabia, ele a conhecia. Talvez estivesse cansado, exausto, de tentar mostrar a ela a realidade, então também se mostrou convincente.

Ela encontrou novas paixões, ele tentou um novo amor. Mas sempre que estava com alguém, era ele quem ela queria. Sempre que fixava seus pensamentos, era pelo coração dele, que o dela batia. Muitas vezes se questionou, muitas noites se castigou. Por muito tempo sentiu, doeu, chorou. Olhava ele de longe, se convencia de que só "observar" era o bastante, e sempre que pensava em procurá-lo, desistia. Queria novas paixões, desejava velhos amores, mas não importava o que queria, não contava o que decidira. Fez questão de afastá-lo de sua vida.  Era inteligente, era forte, era decidida. O que ela não era e nem sabia, é que não importava quem ela achava ser, ou o que ela queria. Sem ele, ela não era ninguém! Por mais que ela cantasse amores, que recitasse alegrias, que contasse contos de verão... a única coisa que ela realmente fazia, era preencher os espaços, os buracos que ele deixou, quando ela o tirou de sua vida!

NOTA: 
A pouco mais de 7 anos faço vídeos. Faço isso, porque desta forma descobri, que sou capaz de não só falar, como exibir exatamente o que estou sentindo. Eu não edito ou traduzo simplesmente. Eu moldo, corto, arremato. Eu caso o que quero dizer e não encontro palavras com o que sinto e não sou capaz de pelos meus olhos fazer ver. Nunca fiz um vídeo, sem que nele houvesse parte de mim, do que sinto, do que sou. Hoje teci meus sentimentos em vídeo, da mesma maneira que vejo minha avó, unindo retalhos para fazer suas colchas. E assim como ela, ao ver meu trabalho concluído, carregado de caprichos e vontades, sorri satisfeita. Demorei pra achar as imagens certas, semanas... escutei muitas músicas das tantas que lhe dei, das que não mandei, até chegar a esta canção. Porque ela? Bem... isso você terá que descobrir por si só, a minha colcha de retalhos esta feita!
 Por.Bell.B

17 agosto 2012

(In)Certezas



- Aonde você vai?
-Vou ver a minha namorada!
- Quem é ela?
A mulher mais linda do mundo!
(fez um bicão cruzando os braços)
- Não é não!
É sim, vá ver a foto dela na porta do guarda roupas.
(correu para o quarto e ao se ver no espelho colado a porta,
 o sorriso rasgou sua face de lado a lado)


 Apanhou um vestido de cetim preto, o vestiu. Foi até a sapateira e escolheu de todos, o salto mais alto, calçou. Puxou a cadeira, sentou-se. Apertou os olhos enquanto pensava em como prender os cachos que pendiam sobre seu rosto. Apanhou uma fivela, e quase formou um coque. Passou batom, espirrou algumas vezes o perfume e assim que conclui estar pronta, se postou diante do enorme espelho e sorrindo, se sentiu a mulher mais linda do mundo. Girou em torno de si mesma, fazendo o vestido subir alguns centímetros. Só parou quando notou estar sendo observada. Meio sem jeito, acanhada, franziu o cenho e fez beicinho.  Ela só tinha 5 anos. Mas quando se olhava no espelho, sentia como se tivesse 15.  

- Aonde pensa que vai?
- (silêncio) 
- Você esta linda, mas essas coisas são minhas!
- Desculpe mamãe, é que eu queria ficar tão linda quanto você! 
- Você nasceu linda, não precisa de nada disso pra ser.
- Papai também acha! (sorrisos) 

Tinha acabado de fazer 10 anos, tudo lhe parecia encantador, o mundo parecia feito de sonhos, as nuvens eram de algodão, nada lhe parecia ameaçador, e todos os sapos, lhe eram príncipes. Com 15, veio a sua primeira dor amorosa, e se soubesse que conhecer o amor, doeria tanto, desejaria nunca ter sabido o que essa palavra significava. Aos 20 entendeu que a vida não é um mar de rosas, e que crescer custa muito mais do que somente acumular números/anos. Hoje, depois de tudo que viveu, das vezes que caiu, da enumeras que se levantou, de tudo que aprendeu, sonha voltar no tempo. Deseja do fundo da alma, poder corrigir os seus erros, arrumar a pontuação de seus textos, apagar algumas canções. Embora não se arrependa de nada, e diga sempre em alto e bom tom, que faria tudo outra vez. Sabe que por trás do seu peito, dentro de seu coração, nos seus momentos mais íntimos, nas suas orações mais secretas, tudo o que pede, tudo o que quer, tudo o que deseja mesmo, é voltar a ser apenas aquela menina de 5 anos, que sonhava em ser mulher.
Por. Bell.B 

16 agosto 2012

Desculpa

 Te olho nos olhos e você reclama, que te olho muito profundamente. 
Desculpa... tudo que vivi foi profundamente. 
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços.
Guarda-me apenas uma fresta. 
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. 

 Até onde posso ir para te resgatar? 

Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo. 
 Desculpa... se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim! Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. 

Eu quero estar viva e permanecer te olhando... profundamente.
Por. Fabrício Carpinejar 

15 agosto 2012

Alguém que Conheci


Há muito tinha mudado a rotina. Voltado a fazer coisas que tinha deixado de lado. Tinha retomado o hábito de ler. (não sabia ao certo porque tinha parado, adorava ler, talvez houvessem maiores prioridades, talvez quisesse se fazer mais presente, talvez porque ler a roubava do mundo. Quando lia, esquecia-se de si mesma, virava o livro, vivia o personagem, suas emoções voltavam-se todas a história, talvez fosse isso, talvez...) Nem protelava mais, quando os passeios apareciam. Sempre tinha compromissos e sempre gostou de ir a festas, reuniões, mas "antes", mesmo gostando de tudo isso, cumpria sua agenda, fazia a social, comparecia nos eventos que não podia recusar e os fazia com o coração na mão. Embora fosse divertida, bagunceira, "pau pra toda obra" como a chamam por ai, queria fazer tudo correndo, rápido, só para voltar. (acreditava que alguém a esperasse tão ansioso por sua chegada, quanto ela, por voltar. Tinha quase certeza de que fazia tanta falta pra ele, quanto a falta que sentia ela, dele. Mas essas, eram as sensações dela, as certezas dela. Nada nunca é tão certo pra alguém, tanto quanto é pra nós.) Certa vez, notou que todas as suas "supostas certezas" eram exatamente iguais a "prédios construídos na areia". Sempre muito observadora, possuidora de uma "desconfiómetro"  aguçado por demais, começou a se sentir de lado. E entre enumeras sensações que poderia ter e que pra ela, eram perdoáveis, esta, era uma que nunca, jamais, não entre eles, poderia acontecer. Juntou os fatos, analisou o contexto da situação, e antes de concluir a sentença, deu o beneficio da dúvida. Mas esta sequer foi usada, como quem pede, implora, só não fala, o veredicto dela foi executado. A aceitação veio muita fácil. O que a fez compreender, que realmente o que achava, não estava errado. Mas como alguém, alguém que a conhecia como ele, poderia imaginar que ela não fosse notar? Como alguém que dizia não só a ler e ouvir, mas sentir, seria capaz de imaginar, que ela não sentiria? Algo estava errado, e ao contrario do que sempre acontecia, desta vez não era com ela. Muito lhe foi dito, e quase tudo a fez "quase acreditar" de que era ela a vilã da história. Porém como diz o velho e bom ditado, "a verdade tarda, mas não falha". 

 O tempo realmente foi passando, as cartas foram amarelando, os CD's juntando pó na estante, e os DVD's, rs... ela nem os via mais. No começo era tudo latente, ela por ser altamente carente, mesmo que não lesse, ora e outra, pegava todos aqueles papéis e os espalhava sobre a cama do lado direito e passava horas tocando as folhas com as pontinhas dos dedos. (talvez na tentativa de ocupar o espaço vazio no lado esquerdo da cama) Vez e sempre, apanhava os CD's, os colocava no sofá e sem precisar colocar nenhum para tocar, por saber de cor e salteado até a ordem em que as músicas estavam, os ajeitava ao lado das almofadas e se esticava no centro do tapete. (colocar os CD's ali, dava ela a impressão de não estar só, e deitava-se no tapete, porque dele, podia olhar o teto, e o teto dela, automaticamente à levava ao teto do quarto dele) No dia em que apanhou os 2 DVD's, pra diminuir a saudade, suprir a ausência, matar a falta, sentiu uma avalanche cair sobre sua cabeça. Se deu conta de que nunca passaria, a tortura não acabaria, seus sentimentos não deixariam de atormentá-la. Enquanto ela mantivesse perto, ao alcance, juntas, todas as coisas que à fizessem se lembrar, a dor não passaria. Naquele dia, com os filmes nas mãos, e com todas as demais "lembranças" ao alcance de sua visão decidiu. Hoje é dia de faxina. Correu a cozinha, apanhou uma caixa e nela, colocou todos aqueles objetos incríveis, maravilhosos, especiais que embora fossem partes de sua vida, as machucava tanto. A primeira ideia que veio a mente, foi atirar fogo em tudo, queimar de uma vez o que não parava de arder nela. Mas alguém como ela, não seria capaz de tal feito. Abriu o guarda-roupas, puxou os cobertores e muito delicadamente, colocou a caixa no fundo e voltando as cobertas, sumiu com tudo aquilo da sua frente. Os primeiros dias foram difíceis, volta e meia, estava ela na frente do armário, num duelo entre o que sentia e o que precisava fazer para parar de sentir. Em algumas noites, se contorcia entre as cobertas, abafava os gritos contra o travesseiro, chorava compulsivamente. Parecia estar com dores físicas e deseja estar, porque o que sua mente produzia, a fazia quase delirar, (as mentais eram bem mais fortes) como em uma dessas crises fodidas de abstinência química. Insuportável, assim foram algumas semanas. Chegou a chutar uma ou duas vezes a porta do guarda roupas. Agora o seu maior rival não eram as lembranças que estavam dentro da caixa, era a merda da porta e das cobertas que estavam por cima dela. Foi forte, foi leal a si mesma, como nunca forá. Cumpriu o que se impôs, e num repente se deu conta. Tinha passado. Será?

Resolveu se testar. Sabia que se apanhasse a caixa, talvez caísse na besteira de fazer uma cagada das grandes. (tocaria os cd's, colocaria os filmes e leria todas as cartas) Na verdade isso seria uma "over-dose" talvez sem chances de recuperação. Então optou por puxar a memória, não o que estava guardado na caixa, mas todas as últimas palavras ditas, as ultimas coisas que viu com seus próprios olhos. Sentiu no âmago, essas "memórias" doerem um pouco. Mas desta vez, esta dor a fazia mais forte. Sacudiu a cabeça, abriu o guarda roupas, (lado o posto do lugar das cobertas) escolheu um look, foi ao banheiro, passou seu rimel e seu gloss (até pra ir na padaria fazia issoe saiu. Não tinha rumo, não tinha compromissos, o dia era dela, pra ela. Seguiu. Caminhava com seus fones, com suas músicas, com seus pensamentos ecoando, recuando, enchendo sua mente de ideias e sensações. Quando ergueu a cabeça, apertou os olhos perguntando a si mesma "o que estou fazendo aqui?". Não fazia ideia de como tinha ido parar lá, na verdade não tinha se dado conta de que tinha andado tanto. Enquanto estava de pé, tentando (se) entender, viu a porta da frente se abrir. Feito criança assustada, como se devesse algo, ou fosse uma criminosa, correu pra trás de uma árvore e com o cantinho dos olhos espiou. Ele saio com um saco nas mãos, era lixo (quase não o reconheceu). Veio até a beira da calçada, ergueu a tampa e jogou o saco lá dentro, (mas ele parecia outra pessoa, não era nada parecido com um "alguém que conheci", tudo naquela pessoa era aparentemente latente. A dor, o cansaço, parecia ter nos ombros umas duas toneladas de fardo). Algo caiu do saco, mas ele não se deu conta e com pressa, voltou para dentro. Ela ficou mais alguns minutos atrás da árvore. O movimento era o mesmo de sempre (nenhum), silêncio (só não total, pelos latidos alternativos do cão), tudo como era antes, antes dela estar por ali. Ressabiada e muito lentamente, foi se aproximando do portão.  E quando se aproximou totalmente, reconheceu o objeto no chão (cabo rosa com detalhes em branco). Sorrio, e surpresa consigo mesma, tomou o rumo de casa (não sentiu vontade de apanhar o objeto, não sentiu necessidade de olhar para trás, mas se sentiu um tanto quanto estranha com aquilo tudo... uma estranha "leveza", talvez ele tenha devolvido a ela a parte dela que faltava. Não pela matéria usada, velha e atirada no chão feito um nada. Mas o valor, a importância, a emoção que até aquele momento, nela faltava, será que tinha passado no teste? Será?). No caminho, pensou em muitas coisas, mas quando entrou em casa, executou a que até aquele momento, não havia passado pela sua cabeça. Foi até o guarda roupas, jogou as cobertas no chão, e com as mãos tremulas apanhou a caixa. Tinha se passado pouco mais de um mês, e desde então, era a primeira vez que ela se aproximava daqueles "guardados" sem sentir dor.

Colocou a caixinha no chão ao seu lado por alguns instantes, recostou no armário e passando cada um daqueles objetos entre os dedos, foi capaz de sorrir de leve, um riso doce, sem mágoas, sem rancores, sem a raiva que condensava seu rosto a semanas atrás, e mesmo visualizando mentalmente o outro objeto, o que tinha sido jogado, esquecido, deixado por ele, como se não fosse nada importante, não sentiu vontade de dar o troco, em momento algum, desejou ter feito o mesmo, com todas as coisas que a faziam se lembrar dele. Ao menos não agora... (embora tenha sentindo uma vontade enorme de atear fogo em tudo, logo que juntou tudo na caixa). Curiosamente, a sensação que teve com aquele momento, a fez não só entender, como ter certeza, de que não importava mais, quais os motivos que o levaram a se desfazer de algo dela, quais as razões que o levou a desejar, ela definitivamente fora do que fazia parte do mundo dele. Ela ainda estava nele, e o pior, ela se fazia presente em algo que não pode ser descartado, destruído. Ela estava não só dentro, como nos sentimentos dele. E fora isso, que o fizera agir daquele jeito. Ingenuamente ele se livrou de algo, que ela deixará em sua casa. Mas seria ele, capaz de se livrar do que que ela deixará dentro dele?

Ela foi até a sala, devolveu os 2 filmes a prateleira, voltou os CD's a estante, e as cartas, rs... ... Bem, essas continuam dentro da caixa, mas não mais socadas no fundo do guarda roupas.  Agora elas ficam ao lado do seu porta jóias. Vez e outra ela as apanha, não as lê, apenas as segura nas mãos e as aperta contra o peito (embora tenha quase certeza de que tudo aquilo nelas, sejam apenas "verdades inventadas" foram muitas vezes aquelas palavras, que deram sentido a sua vida tão perturbada). Hoje, seus dias já não são mais tão cinzas e as coisas aos poucos, estão voltando a ter graça. Nenhuma daquelas coisas a fere mais, nada mais a faz sofrer ou achar que estava errada. O tempo a ajudou a entender que... não importa o que você deseje ou queira para alguém, se o que esse alguém "quiser" for melhor para ele, do que o que você deseja que seja... O seu querer, deixa de ser algo que valha!
Por. Bell.B 

14 agosto 2012

Coisas que Sentimos

Now and then I think of when we were together
Like when you said you felt so happy you could die
Told myself that you were right for me
But felt so lonely in your company
But that was love and it's an ache I still remember

You can get addicted to a certain kind of sadness

Like resignation to the end, always the end
So, when we found that we could not make sense
Well, you said that we would still be friends
But I'll admit that I was glad that it was over

But you didn't have to cut me off

Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough
No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need, that though
Now you're just somebody that I used to know
Now you're just somebody that I used to know
Now you're just somebody that I used to know

Now and then I think of all the times you screwed me over

But had me believing it was always something that I'd done
But I don't wanna live that way, reading into every word you say
You said that you could let it go
And I wouldn't catch you hung up on somebody that you used to know

But you didn't have to cut me off

Make out like it never happened and that we were nothing
And I don't even need your love
But you treat me like a stranger and that feels so rough
No, you didn't have to stoop so low
Have your friends collect your records and then change your number
I guess that I don't need, that though
Now you're just somebody that I used to know

Somebody, I use to know

Somebody, now you're just somebody that I used to know
Somebody, I used to know
Somebody, now you're just somebody that I used to know

I used to know

That I used to know
I used to know
Somebody
(PorGotye)

É surpreendente como a música exerce poder sobre as coisas que sentimos. Ela alimenta, mostra, conta, aponta, nutre e muitas vezes nos acorda! Comigo é assim, é sempre assim. Me encontro nas canções, busco respostas, faço perguntas, desabafo... através delas é muito fácil saber como estou, o que quero, o que deixei de querer. Hoje, esta em particular "Somebody That I Used To Know" me fez querer falar sobre coisas, que eu achei ter deixado pra lá. Por hora, deixo a canção, logo postarei sobre a emoção que ela, fez despertar.
Por. Bell.B 

Silêncio da Alma


Cala na boca o silêncio da alma, que acalma e acaba na cama.
A vida inflama o coração que reclama, a dor que cala o que a vontade clama.
As dores do mundo, o silêncio profundo, o ar que falta em frações de segundos...

Cala na boca o sentido, o sonho, a vontade de existir... Cala na boca, tudo que grita a alma e que não se cala quando pela alma, fala o coração. Não tem voz, mas não há quem o cale na hora em que através dele, grita a emoção.
Por. Bell.B

De Longe


 Vou observar você, até que minha vista consiga fazer minha mente entender 
o que você quer mesmo me dizer... Você pode fingir que não me vê ou que não liga, pode até
realmente decidir, não me ver mais. Mas...

Eu vou continuar aonde sempre estive, fazendo o que sempre fiz. Vou cantar, escrever, sentir. Vou seguir sempre "observando" de longe... Cada passo, cada cena, cada próximo, ato teu...
Por. Bell.B

Futuro



 Dizem que o futuro esta escrito nas estrelas... 
O meu, eu escrevo com a  minha própria letra!
Do futuro realmente nada sei, só sei que o que passou já foi e o que será...? Sei lá!
Quando paro para pensar no futuro, percebo que ele é sempre daqui há um segundo.
E quando me perguntam onde ele fica, é claro que eu respondo 
que sei... por que é lá que eu quero passar o resto da minha vida.
Desconheço Autoria

E quando sentir algo forte em seu peito
não sufoque esse sentimento.
Por que o passado não volta.
O presente é momento.
E o futuro é e sempre será... incerto.
Por. Bell.B 



13 agosto 2012

Butterfly's



Ainda criança, me contaram que borboletas eram fadas disfarçadas. Que eram almas recém chegadas ao mundo, vinda dos sonhos. Em uma outra vez, ouvi dizer que elas eram artesãs de Deus e teceram para ele céu e mar.  Daí nasceu a minha paixão por elas. Donas de uma beleza enigmática. Dominadoras do ar. Encantam e seduzem quem as olha. Dominadoras de bailado que fascina e causa inveja a muitas bailarinas. Seres mágicos, vão e vem de onde e para onde quiserem ir. lindas, perfeitas, LIVRES!
                                            
Por que Borboletas?

Por que se são fadas...
Que multipliquem minhas alegrias!
Se são mesmo almas...
Que meu Vozinho esteja sempre voando sobre minha vida!
Se são artesãs de Deus...
Que teçam em meu coração paz que tanto desejo!
       Por. Bell.B

10 agosto 2012


 Se eu pudesse escolher outra forma de ser...
... Eu seria Você ♪

Durma...

 
Estava deitada ouvindo músicas, quando a vontade de "relatar" o que estava sentindo, a arremessou da cama. Bateu os olhos nas malas no canto da sala, foi até a cozinha e apanhou um copo de coca-cola estupidamente gelada (não devia, estava com a garganta toda zuada e acabará de sair de uma gripe danada). Ligou o PC. Sentou-se, encarou o relógio, que a encarou de volta exibindo "02:20". Sorrio... (números pares, ela e essa maldita mania). Fez as contas e logo precisaria levantar, às 8:30 estará na estrada rumo ao interior (ela adorava aquele lugar, a chamava de sua Neverland Particular. Deu de ombros, não ia dirigir mesmo) Assim que a pagina carregou, visualizou um número (1), o coração pareceu acelerar um pouquinho, apertou os dedos antes de aceitar, mas mesmo sem ver, já sabia. Pensou simultaneamente enquanto lia... (era você atrapalhando meu sono, me chamando) ... assim que terminou de ler, clicou imediatamente no link, e este a levou até ele, (era só  mais um dos meios que tinha de se encontrar) leu uma duas três e ao terminar a quarta vez, pensou em milhões de coisas a falar. Começou a digitar sem parar, do mesmo jeito que faz, quando esta nervosa ou ansiosa ou sei lá... Atropelando tudo, ponto, virgula, comendo acentos. Começou contando o que avia lhe feito levantar, não terminou e começou a contar de um sonho que teve com ele, dias atrás, quando ia complementar o texto que tinha acabado de ler, brecou... foi clicar em enviar... (segurou o Del). Respirou. Fechou os olhos. Seu primeiro pensamento foi "porque me ligou?", em seguida "quando li, quis que não fosse pra mim...", enquanto sacudia a cabeça, tentando retomar os sentidos, a música invadiu completamente sua cabeça... 

Você é tão acostumada, a sempre ter razão
Você é tão articulada, quando fala não pede atenção
O poder de dominar, é tentador 
Eu já não sinto nada, sou todo torpor 

... não conseguiu associar mais nada, não conseguiu dizer mais nada. Ficou parada, ouvindo repetidamente, incansavelmente e desejando que ainda, que ainda esta canção tenha pra ele, o peso que teve quando cantou pra ela, que esta letra ainda faça sentindo pra ele, como faz, agora pra ela. 

 Não consigo dizer, se é bom ou mau
Assim como ar, me parece vital
Onde quer que eu vá, o que quer que eu faça
Sem você... Não tem graça! 
 (Capital Inicial - Fogo)

Voltou pra cama, deixou a "play list" rolando, agarrou o travesseiro fechou os olhos e disse a si mesma "durma garota... o dia hoje vai ser bem longo".
 Por. Bell.B

07 agosto 2012

Tem Peso

 Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Por. Clarice Lispector 

Discreta


 Estar triste é estar atento a si próprio, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente. As razões têm essa mania de serem discretas.
Por. Martha Medeiros

Nosso Amor


Em alguns momentos, eu o decepcionarei, em outros você me frustrará, mas, se tivermos coragem para reconhecer nossos erros, habilidade para sonharmos juntos e capacidade para chorarmos e recomeçarmos tudo de novo tantas vezes quantas forem necessárias, então nosso amor será imortal. (Como acredito que foi, é e para sempre será)
Por. Augusto Cury

Fim do Dia


O final do dia me ensina que alguns momentos simplesmente deixam de existir! Que algumas sensações são passageiras, por mais que pareçam eternas no momento. O final do dia me ensina da importância da renovação! Da esperança de que um novo dia nasce, e com ele novos momentos! O final do dia me ensina, que o fim não significa que acabou. Todo final, termina por ser, o começo de algo.
Por.  Cristina Lira

Há Tempos


Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem 
a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo.
 Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.
Extraído do Livro/Filme - O Caçador de Pipas 

Eu Gosto


Porque eu gosto de quem presta atenção em mim. 
De quem procura novidade mesmo me conhecendo do avesso. De quem não desiste de me descobrir. De quem não se cansa da rotina. De quem se entrega. Sempre.
Por. Clarissa Corrêa